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Doha, Qatar

Atualizado: 19 de jul.

Esta viagem foi planeada com antecedência e atenção ao detalhe, afinal ia acompanhar um grupo de agentes de viagens portugueses para conhecerem o melhor do país a convite do Visit Qatar.


Há um ano que promovia o Qatar em Portugal e Espanha, memorizei as datas mais importantes, sabia de cor o nome dos museus e reconhecia facilmente as paisagens das fotografias que preenchiam as minhas apresentações. Havia uma certa ansiedade e curiosidade por ir, finalmente, conhecer o destino pessoalmente.


O Qatar localiza-se numa península no Golfo Pérsico, faz fronteira a sul com a Arábia Saudita. Foi sempre uma nação independente, por isso tem uma identidade cultural muito marcada e tradições ancestrais que ainda perduram.


Antes da descoberta do petróleo nos anos 30, a economia era baseada principalmente na extração de pérolas e comércio marítimo. Era necessário apanhar milhares de ostras para encontrar uma pérola de boa qualidade.


As tribos de beduínos que habitavam este território eram nómadas, viviam no deserto nos meses de inverno e na costa nos meses de verão.


É governado pela família Al-Thani desde meados do século XIX e, atualmente, é um dos países mais ricos do mundo. Nos últimos sessenta anos, sofreu uma transformação avassaladora e um desenvolvimento exponente.


Fachada do Museu Nacional do Qatar.
Museu Nacional do Qatar.
Loja do Museu Nacional do Qatar, Doha
Na loja, vendem rosas do deserto, a inspiração para a estrutura do museu.
A vista para o West Bay desde o Museu de Arte Islâmica, Doha, Catar.
A vista para o West Bay desde o Museu de Arte Islâmica.
Fachada do Museu de Arte Islâmica, Doha, Catar.
Museu de Arte Islâmica.

Chegámos ao aeroporto de Doha de madrugada, o transfer levou-nos por avenidas largas e iluminadas até ao hotel.

 

Apenas no dia seguinte, quando abri as cortinas do meu quarto, apercebi-me do que me rodeava: torres de arranha-céus a contrastar com um céu muito azul intenso e, por detrás da ligeira cintilação do ar causada pelo calor, o mar do Golfo Pérsico.

 

A Adriana esperava-nos na receção do hotel. Uma brasileira de São Paulo a viver com a família há sete anos no Qatar, completamente apaixonada pelo país e pelo seu trabalho, foi a nossa guia durante a viagem. As suas explicações e partilhas foram essenciais para nos instruirmos sobre o legado histórico do país, mas também nos transmitiu a sua visão sobre da vida contemporânea. Respondia às nossas intermináveis questões sempre de sorriso aberto e genuinamente feliz por nos dar a conhecer este fascinante país.

 

A primeira paragem do dia foi no Museu Nacional do Qatar e a visita começou logo no exterior. Emoldurada por tamareiras carregadas de fruto, a forma do museu composta por discos gigantes entrelaçados é inspirada numa rosa do deserto. Estas estruturas circulares compõem as onze salas do museu onde, através de uma experiência imersiva, explorámos a história do Qatar, desde a sua formação até aos dias de hoje.

 

Aqui descobri que os navegadores portugueses, quando dobraram o Cabo da Boa Esperança, assentaram bases nesta região e rapidamente controlaram o comércio local. Contudo, a ascensão do Império Otomano, em 1546, limitou a expansão portuguesa no Golfo Pérsico.

 

Seguimos para o Museu de Arte Islâmica, na Corniche, o passeio marítimo de Doha.

 

"Qatar does not have much history, it's a new emirate. So I couldn't draw on the history of the country; its history is really just being a desert. But I thought, the one thing I must learn about for this project is the Islamic faith. So I read about Islam and Islamic architecture, and the more I studied the more I realized where the best Islamic buildings were."

I. M. Pei, 2005


A estrutura impressionante do edifício assemelha-se a uma moderna pirâmide. O arquiteto chinês I.M. Pei inspirou-se na Mesquita de Ibn Tulun do Cairo e foi também o responsável pela instalação da pirâmide de vidro no Louvre em Paris.

 

A Adriana pediu-nos para observar a parte superior do edifício, onde duas janelas em forma oval assemelham-se a dois olhos dentro do niqab, a vestimenta negra que as mulheres qataris usam para cobrir o rosto. Não se sabe ao certo se foi intencional, mas quero acreditar que é uma bonita homenagem a estas mulheres.

 

O interior do museu é igualmente impactante. A entrada é presidida por um enorme candelabro suspenso sob uma escadaria circular. Nas diferentes salas, por ordem cronológica, perdemo-nos entre os mais belos exemplares de escrituras antigas e raras versões do Alcorão, cerâmica elaborada, vasos medievais, esplendidas carpetes, armaduras de soldados otomanos e até instrumentos de navegação, como um astrolábio proveniente da Península Ibérica.


Dhow, o barco típico para a apanha da pérola e o skyline de West Bay, Doha, Catar
Dhow, o barco típico para a apanha da pérola e o skyline de West Bay.
Os tradiconais pombais na Katara Cultural Village, Doha, Catar
Os tradiconais pombais na Katara Cultural Village.
Interior da Blue Mosque, Doha, Catar.
Blue Mosque.
Pratos para partilhar no restaurante libanês, Bayt Al Talleh, Doha, Catar
Os vários pratos para partilhar no restaurante libanês, Bayt Al Talleh.

Ao final do dia, dirigimo-nos para a Katara Cultural Village, um bairro de Doha que procura ser o guardião do património cultural e da expressão artística do Qatar. Na praça principal, encontram-se as três torres de barro lembrando os antigos pombais, uma analogia à tradicional arquitetura islâmica. Este local é um ponto de encontro de famílias, jovens casais e grupos de amigos.


Na mesma praça, encontra-se a Blue Mosque, uma mesquita inspirada nos estilos persa e turco. Pequenos mosaicos azuis, roxos e dourados revestem as paredes criando complexas formas geométricas.


Para visitar a mesquita, entrámos por uma zona separada dos rapazes, pois tivemos de vestir uma abaya, uma túnica que cobre o corpo até aos pés, e um hijab, um lenço a cobrir o cabelo que uma simpática voluntária da mesquita se ofereceu para o colocar corretamente. Quase irreconhecíveis, passámos para a sala de oração, onde complexos padrões de flores e caligrafia árabe cobrem as paredes e o teto. Vários Alcorões estão espalhados pelo recinto, disponíveis para consulta.

 

As mesquitas árabes diferem muito das nossas igrejas, aqui não encontramos imagens de santos a adornar os nichos e altares. Ao não ser permitida a adoração de retratos humanos, os muçulmanos desenvolveram formas de arte muito próprias e decoram os espaços sagrados utilizando versículos do Alcorão em caligrafia muito elaborada, intrincados arabescos e motivos florais.


Passeio de 4x4 pelo deserto do Qatar.
Passeio de 4x4 pelo deserto do Qatar.
O deserto encontra o mar do Golfo Pérsico, Catar.
O deserto encontra o mar do Golfo Pérsico.
As águas paradisíacas do Golfo Pérsico, Catar.
As águas paradisíacas do Golfo Pérsico.
As torres Katara, em Lusail, Catar
As torres Katara, em Lusail, um símbolo do país.

À porta do nosso hotel, um 4 x 4 esperava para nos levar até ao Khor Al Udaid, o mar interior do Qatar. É uma das paisagens únicas da península, junto da fronteira com a Arábia Saudita, no sul do país, o mar do Golfo Pérsico invade o deserto e cria uma lagoa de águas translucidas. O entusiasmo do grupo era palpável.


Fomos guiados pelo deserto por um dos poucos qataris com quem tive a oportunidade de trocar algumas palavras em árabe. Os qataris representam apenas 10% da população total do país. Há uma enorme comunidade de expatriados a viver e a trabalhar no Qatar, por isso, durante a nossa estadia, convivemos com gente de todo o mundo.


A ouvir música árabe bem alto, serpenteámos as dunas de areia muito fina e clara, que se moviam e transformavam à nossa passagem. O nosso condutor estava a desfrutar verdadeiramente.


A vida no deserto faz parte do ADN dos qataris, os seus antepassados vaguearam por aqui durante séculos.


Os homens ocupavam-se da caça com falcões e as mulheres fiavam o Al Sadu, um tecido com padrões geométricos feito com pêlo de camelo, cabra ou lã de ovelha que, ao ser impermeável, servia para cobrir as tendas. Hoje em dia, as famílias locais ainda têm o hábito de passar uns dias no deserto.

À medida que íamos avançando, tínhamos pequenos vislumbres da costa, onde o mar nos atraia para as suas águas.


Parámos num acampamento com toldos de palha distribuídos pela praia, vestimos os fatos de banho e, sem sentir qualquer diferença térmica dos 42º do exterior, mergulhámos no mar. Nunca tinha nadado numa água tão quente, foi difícil sair quando a Adriana nos chamou para almoçar, podíamos ter ficado ali horas.


De regresso, fomos conhecer Lusail, onde o futuro se plasma diante dos nossos olhos. É uma cidade ordenada, de largas avenidas e arranha-céus. Está em pleno desenvolvimento e será muito em breve a segunda cidade financeira do Qatar.


Dois jovens cataris na Biblioteca Nacional do Qatar, Education City.
Biblioteca Nacional do Qatar.
Mihrab que indica a direção de Meca na Mesquita da Education City, Catar
Mihrab que indica a direção de Meca na Mesquita da Education City.
Interior do Al Hazm Mall, Catar
Al Hazm Mall, um centro comercial de luxo muito frequentado por qataris.
Restaurante Belhambar, Doha, Catar
Restaurante Belhambar, de cozinha tradicional qatari.

Fomos visitar as principais atrações da Education City, um bairro que fomenta a educação, a inovação e a investigação científica. Aqui encontram-se as principais universidades do país e a Biblioteca Nacional.

Surpreendeu-me a quantidade de gente na Biblioteca. Não é apenas um espaço de estudo e concentração, mas também um espaço de lazer onde crianças exploram livros infantis sentados em divertidos bancos enquanto os pais tomam um café. Artistas têm livre aceso para reservar diferentes estúdios, quer seja de música, fotografia, vídeo, design e impressão 3D e usufruir de tecnologia de ponta para criar e explorar a sua arte.


Caminhámos pouco, a Mesquita da Education City era a escassos dez minutos a pé, mas as temperaturas elevadas do final de maio tornaram a caminhada pelo Oxygen Park penosa.


A vida ao ar livre torna-se praticamente impossível quando as temperaturas sobem. Contudo, nalgumas importantes artérias comerciais e pedonais há ar condicionado a ser lançado pelo chão. Nos locais fechados, está sempre ligado, e frequentemente, com temperaturas muito baixas.


Chegámos à Mesquita e, para nosso alívio, estava bastante fresca porque aqui tivemos novamente que vestir uma abaya e colocar o hijab. A ampla sala de oração está ornamentada com pequenas estrelinhas douradas que contrastam com o fundo branco. O mihrab, o nicho que indica a orientação de Meca, está decorado com relevos de palavras árabes.


À saída, o sol entrepunha-se entre os dois minaretes de linhas retas e refletia-se na fachada muito branca, quase incandescente ao final da manhã.


Os camelos do Sheik no Souq Waqif, Doha, Catar.
Os camelos do Sheik no Souq Waqif.
Um falcão para venda no Souq Waqif Doha, Catar.
Um falcão para venda.
Uma das lojas de souvenirs do Souq Waqif, Doha, Qatar.
Uma das lojas de souvenirs do Souq.
Pouce de César Baldaccini, Souq Waqif, Doha, Catar
Pouce de César Baldaccini, 1965, um dos pontos de encontro no mercado.

A tarde foi passada no Souq Waqif. Este tradicional mercado árabe representa um anacronismo no meio do moderno skyline de Doha. Aqui, as construções têm um ar tosco e frágil, espelham as técnicas rudimentares características do país no século XIX, quando os recursos escasseavam, como a própria madeira, que provinha de Zanzibar ou da Índia.


Quiseram reconstruir este ícone da cidade mantendo as mesmas práticas, por isso os edifícios estão revestidos a cal branca, são de um ou dois andares, têm arcos trabalhados e vigas de madeira salientes para dar suporte.


Ao contrário dos souqs do Cairo ou de Marraquexe, aqui reina a calma e ninguém nos impinge ferozmente os artigos, há algum regateio, está-lhes no sangue, mas é bastante comedido.


Perdemo-nos entre as lojas de perfumes, especiarias, frutos secos e tâmaras com chocolate, chás e écharpes.


O momento mais fascinante foi quando a Adriana nos guiou pelo hospital público de falcões. A arte da falcoaria está muito enraizada na cultura qatari, desde pequeninos que começam a treinar o seu falcão. Há competições todo o ano e quando um falcão vai a leilão pode ser vendido por preços exorbitantes.


Os qataris nativos distinguem-se ao longe do resto da população devido às indumentárias típicas que usam com brio todos os dias e é transversal a todas as idades. A thobe é uma camisa branca comprida até aos pés, que exibem sempre impoluta e sem um vinco. Cobrem a cabeça com o lenço ghutra preso por pela corda iqal.

 

Contudo, há pequenas variações entre os países do Golfo. É possível identificar de onde são oriundos observando a forma do ghutra. No Qatar, o lenço assemelha-se à cabeça de uma serpente.


Uma loja de pérolas no Souq Waqif, Doha, Catar.
Uma loja de pérolas.
Os coloridos tapetes no Souq Waqif, Doha, Catar.
Os coloridos tapetes no mercado.
Três homens cataris passeiam a cavalo pelo Souq Waqif, Doha, Catar.
Passeio a cavalo pelo Souq.
A sala privada do restaurante persa Parisa, Doha, Catar.
A sala privada do restaurante Parisa.

Este país era, tradicionalmente, ponto de passagem de várias rotas comerciais entre oriente e o ocidente.


A gastronomia absorveu diversas influências. Os sabores, aromas e receitas são uma rica mistura entre a comida indiana, persa, levantina, turca... e é sempre muito bem condimentada.


O uso de especiarias não se limita à gastronomia, também é parte fundamental das bebidas. O qahwa, o café árabe, contém uma mistura de cardamomo, cravinho e açafrão.  É servido sem açúcar nem leite e é acompanhado por tâmaras, para que o amargo do café contraste com algo doce.

 

Em qualquer hotel ou restaurante que visitámos, serviram-nos uma pequena chávena de café. Este hábito remonta aos tempos em que as tribos de beduínos partilhavam café com os visitantes como símbolo de hospitalidade.

 

Devido à comunidade multicultural e vibrante que habita hoje em dia o Qatar, podemos também encontrar restaurantes de todo o mundo e ter experiências gastronómicas autênticas proporcionadas por chefs de locais tão diversos como Grécia, Peru, Japão, Itália e Espanha.


No Qatar, respira-se opulência e inovação, mas há uma consciência viva das suas origens humildes e orgulho no passado.


É um país que surpreende e que nos convida a conhecê-lo em profundidade.



Como chegar | How to get there

Voámos com a Qatar Airways desde Lisboa para Doha. A companhia aérea de bandeira do Qatar opera sete voos semanais entre as duas cidades. A viagem dura aproximadamente sete horas.

 

Como se deslocar | How to move around

Andámos sempre de transfer privado ou Uber. No entanto, a rede de transportes públicos, como o metro ou o elétrico são muito fáceis de usar e acessíveis.

 

Onde dormir | Where to sleep

W Doha um hotel de cinco estrelas localizado na zona de West Bay. Tem vários restaurantes, piscina e ginásio. A atenção ao detalhe e o serviço são exímios. O pequeno-almoço era muito completo, desde pratos asiáticos, sumos de fruta fresca, ovos pedidos à carta e uma grande variedade de doces. www.marriott.com/en-us/hotels/dohwh-w-doha/overview/

 

Onde comer | Where to eat

Regency Sealine Camp almoçámos vários pratos árabes no restaurante deste acampamento no deserto. Tem uma esplanada e balneários para mudar de roupa depois de um mergulho no mar do Golfo Pérsico. www.regencysealinecamp.com/index.aspx

 

Belhambar localiza-se na Corniche e foi o nosso restaurante favorito. Servem a autêntica gastronomia do Qatar. A decoração era simples, com referências à cultura e às tradições do país. O banquete incluiu Sambousa de queijo e menta de entrada, arroz Mashkhoul com camarão, arroz Majboos com perna de cordeiro ou frango como pratos principais e, de sobremesa, as tradicionais Luqaimat, umas bolinhas fritas com sementes de sésamo, e arroz-doce, mas condimentado com açafrão. www.instagram.com/belhambar.qa/

 

Zorba almoçámos no restaurante grego do hotel St. Regis depois de uma visita de inspeção. Por momentos, esquecemo-nos que estávamos no Médio Oriente, e fomos transportados para a costa do Mediterrâneo. A comida tradicional grega deliciou todo o grupo, desde a entrada Feta se Filo Me Meli Kai Sousami, queijo feta envolto em massa filo crocante com mel, passando pela salada com queijo feta, tomate e pepino, azeitonas negras e orégãos, ou pelo molho de iogurte com funcho, pelas espetadas de frango, e, o meu favorito, o Kritharaki Me Manitaria, um prato vegetariano de massa com cogumelos. www.instagram.com/zorba.qa/

 

Bayt Al Talleh este restaurante libanês encontra-se no topo de uma colina com uma vista privilegiada sob a Katara Cultural Village. À entrada, existe uma pequena loja que vende produtos tradicionais. Num grande forno a lenha, coze-se o pão pita árabe. O ambiente é muito acolhedor e o jantar consistiu em vários pratos pequenos para partilhar, tais como húmus com sementes de romã, falafel, baba ganoush, saladas, batata frita e carne grelhada. Nas sobremesas, destacou-se a Baklawa com molho de pistacho. akh.com.qa/brands/bayt-el-talleh/


Elissar Mediterranean Grill um dos restaurantes do hotel Le Royal Méridien, localizado no shopping Place Vendôme. Comida mediterrânica à base de pão com azeite, peixe grelhado e saladas frescas. www.instagram.com/elissardoha/

 

Coya é o restaurante peruano do hotel, W Doha. Serviram-nos um delicioso menu de fusão entre a gastronomia peruana e a asiática, incluindo o ceviche de robalo, empanadas de milho, espetadas de carne grelhada e também edamame, tempura de camarão, sashimi e gyosas. De sobremesa, comi os melhores churros com chocolate que provei na vida, tinham um travo a lima e laranja muito particular. coyarestaurant.com/doha/en/food

 

Parisa localizado no Souq Waqif. A decoração deste restaurante persa é um estímulo para os sentidos. Milhares que pequenos espelhos e obras de arte pintadas à mão cobrem as paredes de cima a baixo. O jantar esteve ao nível do ar palaciano do restaurante. Depois de várias entradas, serviram-nos arroz com açafrão e especiarias a acompanhar frango grelhado e kebab de cordeiro. A sobremesa foi uma bola de gelado, também com açafrão. parisarestaurants.com/ 


O que visitar | What to visit

National Museum of Qatar foi desenhado pelo arquiteto francês Jean Nouvel que se inspirou numa rosa do deserto, um mineral formado pela ação do vento e areia que se encontra no deserto do Qatar. Foi construído ao redor do antigo palácio do Sheik Abdullah bin Jassim Al Thani, que foi cuidadosamente restaurado. Abriu em 2019 e conta os três capítulos da história do Qatar: o Início, a Vida no Qatar e a História Moderna. Percorremos as salas quase sempre curvas do museu e imergimos no passado através de artefactos, fotografias e projeções de filmes. É o sítio indicado para ter um contexto geral do país. Aberto até às 19h. Preço: 50 QAR. nmoq.org.qa/en/

 

Museum of Islamic Art o museu alberga obras de arte que atravessam os 1.400 anos da história do Islão, retratando a sua diversidade cultural. As obras têm origens tão dispares como Paquistão, Turquia, Irão e até Península Ibérica. No quinto andar, encontra-se o restaurante IDAM do chef francês Alain Ducasse, galardoado com uma estrela Michelin. Aberto até às 19h. Preço: 50 QAR. mia.org.qa/en/

 

Corniche o passeio marítimo da cidade com sete quilómetros de comprimento. É ideal para passear e ver a skyline da zona de West Bay ou apanhar um dhow, o barco típico do Qatar usado para a apanha da pérola e que, hoje em dia, percorre a baía ao pôr-do-sol.

 

Katara Cultural Village o hub cultural do país, este bairro tradicional encontra-se a norte do centro de Doha. Aqui localiza-se a Ópera, várias galerias de arte, cinemas, esculturas de arte urbana e o centro comercial de luxo Galeries Lafayette. Um anfiteatro de inspiração grega ao ar livre tem uma acústica surpreendente.

 

Katara Mosque ou Blue Mosque localizada na Katara Cultura Village, esta mesquita de traços mais tradicionais foi desenhada pela arquiteta turca, Zeynep Fadilloglu, considerada a primeira mulher a especializar-se na construção de mesquitas e ficou concluída em 2010. Há roupa disponível no local para cobrirmos o cabelo e o corpo.

 

Khor Al Udaid o mar interior no sul do Qatar é um fenómeno natural quase único no mundo, apenas o deserto da Namíbia pode orgulhar-se do mesmo. É uma reserva natural da UNESCO e é possível visitá-la em excursões de meio-dia ou dia completo. Desde Doha, a viagem dura cerca de 45 minutos, com uma paragem para tirar ar aos pneus numa bomba de gasolina. É uma das atrações imperdíveis no país.

 

Lusail uma cidade recente, construída pouco antes do Mundial de 2022. Encontra-se em pleno desenvolvimento económico, social e cultural. Distanciamo-nos um pouco do presente ao observar os modernos arranha-céus que albergam hotéis de cadeias internacionais e escritórios, a passear pelas largas avenidas e a interagir com arte urbana futurista. Junto ao mar, encontram-se as famosas torres Katara, em forma de duas espadas cimitarras cruzadas, já são um símbolo incontornável do país.

 

Biblioteca Nacional do Qatar encontra-se na zona de Education city. Foi projetada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas e abriu em 2017. Tem mais de um milhão de livros e há robôs a recolhê-los e a guardá-los nos respetivos lugares. É composta por locais de aprendizagem colaborativos e individuais, uma zona infantil e para adolescentes, uma área de computadores, estúdios de produção, auditórios para apresentações, um restaurante e um café e um espaço museológico onde há uma exposição de manuscritos, fotografias e mapas antigos. Aberta até às 19h. É de livre acesso. www.qnl.qa/en


Mesquita da Education City é uma mesquita de arquitetura moderna construída em 2013. Faz parte da estrutura da Faculdade de Estudos Islâmicos da Universidade Hamad Bin Khalifa. Foi construída sob cinco colunas circulares decoradas com versos do Alcorão em representação dos Cinco Pilares do Islão. Tem capacidade para 1.800 fiéis. É possível visitá-la fora do horário das rezas diárias. Há roupa disponível para cobrirmos os ombros, a cabeça e os joelhos.

 

The Miraculous Journey de Damien Hirst (2005 a 2013) uma série de 14 enormes esculturas que representam o desenvolvimento de um feto no interior do útero da mãe perfila-se ao longo de uma avenida em frente ao hospital Sidra Medicine.

 

The Pearl é o bairro residencial dos estrangeiros por excelência. Encontra-se em duas ilhas artificiais em forma de pérola. Canais venezianos, restaurantes internacionais, cafés, hotéis e residências de luxo compõem este bairro em constante expansão.

 

Onde comprar | Where to shop

Souq Waqif um souq tipicamente árabe, mas com ar condicionado, limpeza, arrumação e ordem. Depois de um grande incêndio, o souq foi reconstruído em 2006, respeitando a arquitetura tradicional do mercado do século XIX. Há restaurantes, cafés de shisha, um centro de arte, alfaiates, joalharias, especiarias, perfumes, lojas de pássaros e até um hospital para falcões. souqwaqif.qa/  

 

Place Vendôme Mall um shopping com todo o tipo de lojas, desde as marcas de luxo, como Dior, Céline, Cartier, às marcas mais comuns de fast fashion como Zara, Sephora ou H&M. placevendomeqatar.com/ 

 

Al Hazm Mall um centro comercial de luxo muito frequentado por qataris. O edifício é parece um palácio italiano renascentista, todo feito em mármore e está decorado com oliveiras de 250 a 600 anos. É aberto, mas tem ar condicionado. Os carros topo de gama alinham-se à entrada. www.alhazm.com/en/home 


Aqui está o mapa com todos os locais mencionados no post:



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