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Foto do escritorAriana Veloso da Fonseca

Cairo e Alexandria, Egipto

– Vou viajar para o Egipto durante duas semanas em junho. - Foi assim que introduzi esta conversa com a minha família. Não foi fácil que percebessem a “loucura”, como foi logo apelidada esta viagem.


– Ao Egipto? Duas semanas? No verão? Não é perigoso? E a pandemia?


Desde que comecei a estudar árabe, há mais de um ano, que me queria pôr à prova, queria ser envolvida pela língua, captar os sons e dialetos, identificar caligrafias e decifrar novas palavras.


O Egipto foi a escolha mais intuitiva. Só faltou convencer um amigo que alinhasse na “loucura”. Não foi difícil. Um aventureiro solitário, que já atravessou os quatro cantos do mundo, mostrou-se imediatamente disponível e sempre que se levantavam problemas e objeções, ele aparecia com mil e uma soluções. O importante era ir.


É impossível condensar a história milenar deste lugar numa só visita. Ao longo de milénios, habitaram este território persas, gregos, muçulmanos, romanos, otomanos, franceses e ingleses.


O Cairo é a maior metrópole de África, mas não é uma cidade africana. Possui características das grandes capitais europeias, como avenidas largas e palacetes trabalhados, mas revestidos por uma decadência suave e original que não se vê na Europa. A maioria da população tem traços árabes, os homens são altos, esguios e morenos, as mulheres envergam túnicas e hijabs coloridos ou cobrem-se totalmente com niqabs e burcas negras. Mas o Cairo é muito mais do que uma medina do Médio Oriente.


As margens do rio Nilo; Fachada de uma casa com bonitos detalhes; A maneira mais cómoda de transportar Aish Baladi, o típico pão egípcio; Torre do Palácio de Mohamed Ali.

O roteiro para o primeiro dia há muito tempo que estava definido. Contudo, o calor sufocante com o qual fomos brindados à chegada fez-nos alterar o ritmo dos passos e ficou muito por visitar. Ainda assim, caminhámos imenso!


No centro do Cairo, o ruído das buzinas dos carros é incessante. Não há passadeiras, nem traços no asfalto, os carros mudam de faixa a seu bel-prazer, por entre motas, carrinhas e até carroças de burros.


Atravessar uma rua tem de ser encarado como uma luta pela sobrevivência. Os condutores não abrandam quando veem alguém a cruzar a estrada, apitam. Podem ser famílias de cinco pessoas, crianças a ser puxadas pela mão, velhotas a arrastar os pés, que os condutores não abrandam, só apitam.


Bebemos o nosso primeiro café numa esplanada onde nos cobraram muito dinheiro, apercebemo-nos mais tarde. O ar maravilhado e óbvio de turistas acompanhou-nos ao longo das férias, éramos alvo fácil para os vendedores e comerciantes. Aprendemos com os erros, há que perguntar sempre o preço antes, seja do que for, porque aqui tudo é regateável.


O restaurante com melhor classificação no Google na ilha Rhoda; Um almoço delicioso; Construções caóticas e degradadas num bairro do Cairo; O senhor com mais estilo do bairro.

Entrámos no Palácio de Mohamed Ali, na ilha Rhoda. As fachadas estão ornamentadas com longos versículos do Alcorão e arabescos dourados em relevos salientes. Nos jardins, com vista para o rio Nilo, reina uma calma que absorve o burburinho constante das ruas do Cairo.


Escolhemos o restaurante para almoçar com base nas classificações do Google. Seguimos o pionés vermelho do GPS até ao que indicava Top Rated, as expectativas eram altas. Numa rua perpendicular ao rio Nilo, o local não era nada mais de que uma garagem com os fogões à entrada e um letreiro com cores garridas. As mesas distribuíam-se ao longo do passeio, à beira da estrada.


Comunicámos quase sempre por gestos, o meu árabe e o inglês deles limitavam o diálogo. Mas a simpatia e atenção acolhedora que nos transmitiram não necessitou de palavras. Sentámo-nos e os rapazes começaram a trazer-nos, em pequenos pratinhos de metal, vários petiscos. Não soubemos identificar quase nada do que comemos, mas os aromas, sabores e texturas bastaram-nos para perceber que tinha sido uma ótima escolha.


No final, pediram-nos para tirar uma fotografia com eles, al sura em árabe. Este pedido foi recorrente ao longo da viagem. Crianças, jovens e adultos aproximavam-se, com um entusiamo tímido mal disfarçado, de telemóvel na mão a apontar alternadamente para nós e para eles. O fascínio e surpresa que nós encontrávamos nos detalhes por onde passávamos, era revisto no exotismo que a nossa presença provocava aos egípcios.


Pela tarde, planeámos ir ao Bairro Copta, sede da pequena comunidade cristã egípcia desde o século I. Mas perdemo-nos. Seguimos o impulso curioso de nos desviarmos da rua principal e acabámos por ter uma das experiências mais autênticas da viagem.


A agulha do Google Maps retorcia-se entre as ruelas intrincadas e estreitas de edifícios altos, irregulares e degradados. Atravessámos um mercado local cheio de vozes e cheiros intensos. Patos e galinhas empoleiravam-se nas bancas de frutas e legumes. Alguns homens reuniam-se em esplanadas enquanto bebericavam chá de menta e crianças corriam atrás de uma bola. Cães e gatos vadios vasculhavam pelo lixo amontoado. Tudo era caos e desordem.


Quando, finalmente, atravessámos as muralhas do que resta da Fortaleza da Babilónia deparámo-nos com silêncio, limpeza, calma. De repente, estávamos num mundo completamente diferente. Aqui as ruas são amplas, iluminadas, as mulheres levam o cabelo solto e descoberto. Tivemos vislumbres de uma realidade ocidental no meio de uma cidade predominantemente muçulmana.


Tentámos visitar a igreja São Sérgio e São Baco, construída sobre a cripta em que, segundo a Bíblia, a Sagrada Família se refugiou quando fugiu de Herodes para o Egipto, e a Sinagoga Ben Ezra, construída em 1115 no local onde, supostamente, o bebé Moisés foi encontrado. Infelizmente, não nos deixaram entrar devido à hora tardia.


O fuso horário no Egipto é o mesmo que na Europa central, no entanto, ao estar mais a este, anoitece muito cedo e às 17.30h o sol começa a pôr-se e os monumentos a fechar.


Vista para o porto de Alexandria e Cidadela de Qaitbay, Egipto
Vista para a Fortaleza de Qaitbay desde o restaurante Fish Market, em Alexandria.

No dia seguinte, à hora marcada, o comboio partiu da Estação do Cairo. Mesmo depois de ganhar balanço, seguia tão lentamente que parecia que ia parar a qualquer momento. As prometidas duas horas e meia até Alexandria transformaram-se em quatro.


Pela janela, entrevia campos lavrados e prédios inacabados, como se desistissem de lhe construir um telhado. Mais tarde soubemos que se construía a casa pensando em ampliá-la quando se juntasse mais dinheiro, o que, na maioria dos casos, raramente acontecia.


Por vezes surgia um minarete, maior do que qualquer outra construção, a deixar antever a mesquita daquela localidade.


"Junto à água erguia-se uma cidade de grandes edifícios brancos, e ao longe, numa ponta de terra, recortavam-se palmeiras. Era enfim Alexandria."

O Egipto: Notas de Viagem, Eça de Queiroz, 1869


Chegámos à capital do império de Alexandre, o Grande. Do céu caía uma luz imóvel, constante e abundante.


Visitámos o imprescindível: as catacumbas romanas de Kom el-Shuqafa, a Coluna de Pompeu, isolada e solitária e a Fortaleza de Qaitbay, banhada pelo azul intenso do mar Mediterrâneo, onde nos deleitámos com a vista panorâmica da cidade ao longe.


Mercado de rua; Mesquita de Abulabás de Múrcia; Interior da Fortaleza de Qaitbay; Guarda-sóis na praia de Alexandria.

Contudo, intercalámos as visitas aos monumentos da antiguidade com convívio com a vida contemporânea. Passeámos por um mercado de rua, bebemos um chá de hibisco e provámos uns doces locais, uma rapariga sudanesa tatuou-me a mão com hena, almoçámos junto ao porto e percorremos o paredão.


Aqui o mar estende-se a perder de vista, sereno, azul, pacífico, coberto de luz. A zona costeira convidava a banhos. As crianças brincavam na água, as mães, debaixo dos guarda-sóis e vestidas com longas túnicas, punham a conversa em dia. Os homens pescavam.


Regressámos ao Cairo ao final do dia, sem noção de horas nem horários, começávamos a entender que aqui isso pouco importa.


Um guia e o seu burro em Saqqara; A pirâmide de Djoser; O Mickey Mouse, o meu camelo, em frente das três pirâmides de Gizé; Hieróglifos no interior de uma mastaba com as cores originais.

Sem surpresas, o dia amanheceu quente e nós íamos passar o dia no deserto. Guiados pela Sahar, nossa condutora, chegámos ao complexo arqueológico de Saqqara. Como uma miragem, vão surgindo construções dispersas entre as dunas de areia lívida e estéril.


As mastabas, sepulturas reais prévias às pirâmides, escondem maravilhas surpreendentes. As paredes estão cravejadas de cenas da vida quotidiana do antigo Egipto em baixo-relevo: a caça de animais, construção de barcos, agricultura e pastorícia, preparação de óleos para a mumificação, oferendas aos deuses. É incrível a precisão das inscrições e o estado de conservação das cores originais.


Seguimos o Aben, um guia local, por umas duvidosas escadas em direção ao subsolo. O interior da pirâmide faraó Teti contém um gigante sarcófago de basalto, cercado por paredes de alabastro magnificamente decoradas com hieróglifos e cartuchos, contendo as passagens religiosas que ajudariam o faraó a ressuscitar e encontrar o caminho até Rá, o deus do sol.


De seguida, caminhámos até à pirâmide de degraus do faraó Djoser, a pirâmide mais antiga do Egipto, atravessando o pátio onde o faraó fazia uma corrida ritual para exibir a sua boa forma física.


Homem e camelo à frente da pirâmide de Quéfren, Gizé, Cairo, Egipto
A pirâmide de Quéfren.

Sem tempo para absorver tudo o que vimos, continuámos a visita até Gizé. Tivemos uns momentos protegidos do calor dentro de uma loja de papiros onde a Madame Hoda, uma senhora excessivamente maquilhada, nos deu uma explicação exímia sobre os rituais e crenças do Império Antigo. O que mais nos surpreendeu foi o mistério à volta da construção das três colossais pirâmides. Ainda hoje se desconhece em detalhe como foram edificadas.


Saímos da povoação no dorso de um camelo e a passos pesados, miúdos e oscilantes contornámos os túmulos reais mais famosos do mundo.


Quando nos aproximamos, a brutal imensidade das pirâmides esmaga-nos, o peito oprime-se, esmorecemos diante aqueles eternos monumentos.


A esfinge, sentinela implacável, olha ameaçadoramente para o horizonte. Não conseguiu, contudo, evitar que as três pirâmides fossem saqueadas ao longo do tempo. As múmias dos faraós, assim como os tesouros de incalculável valor que as acompanhavam, perderam-se nos enredos da História.


A esfinge protege as pirâmides de Gizé; Guias turísticos em Saqqara; Mesquita de Alabastro; Interior da Mesquita.

Acordámos com um misto de cansaço e entusiasmo, era o nosso último dia na capital. Queríamos viver a cidade.


Fomos para o bairro medieval do Cairo, centro do mundo islâmico no século X, Património da Humanidade da UNESCO, famoso pelas mesquitas, banhos públicos e madraças, as escolas de teologia islâmica.


Estávamos diante da mesquita de Al-Azhar quando ecoou o azan, o chamamento para as orações, do alto dos minaretes. Uma melodia arrastada e profunda anunciava "Allahu Akbar", Alá é o maior.


As pessoas passavam por nós, apressadas, descalçavam-se à entrada da mesquita e seguiam em frente pelo pátio reluzente até se agacharem na alcatifa azul-céu, num ritual mecânico, monótono, que se repete cinco vezes ao dia.


Explorámos o souk Khan al-Khalili durante horas. O enorme bazar egípcio está repleto de pequenas relíquias.


Enredámos os passos pelas ruelas cheias de gente e movimento. Os cinco sentidos estavam em alerta para não perder nada. Entre os locais atarefados nas suas compras, os pregões dos vendedores ou as motas, que abrem caminho pela multidão à base de apitadelas, fomos conversando e convivendo com boa disposição.


Aqui encontramos um pouco de tudo: joias de prata, carpetes com arabescos, livros antigos, chás e especiarias, lenços multicolor, carteiras e sandálias de pele, estatuetas dos deuses da antiguidade, roupas de dança do ventre, candeeiros de alabastro, tudo numa sucessão irregular, confusa e divertida.


A concorrência é feroz e os vendedores, persistentes, tentam impingir-nos tudo ao seu alcance. Felizmente, o meu amigo é um mestre na arte de regatear. Quando eu me afastava, desiludida pela discussão que estava a provocar e sem esperança de conseguir o que queria por um bom preço, o comerciante abraçava-o e convida-o a trabalhar com ele na loja, tal era o jeito para o negócio.


Na rua Al Moez, célebre pela sua arquitetura, os moucharabiehs pendem delicados, rendilhados, nas fachadas dos edifícios medievais. Estes elementos islâmicos cobrem as janelas, como gaiolas ou relicários de uma igreja, para evitar que olhares alheios invadam a privacidade do lar.


Fizemos uma pausa para repor energias e beber um chá de menta no café El Fishawy. Aberto há mais de 200 anos, é famoso entre cairotas e turistas. O nobel da literatura egípcio, Naguib Mahfouz, sentava-se diariamente entre estas paredes forradas de espelhos a escrever os seus romances.


Mercado Khan al-Khalili; Wael, o artesão de alabastro na sua loja; Chá de hisbisco no café El Fishawy; Sapatos em pele de camelo.

O cansaço de cinco dias vividos com intensidade era rapidamente suprimido. No final, tudo flui nesta cidade enorme, barulhenta, desorganizada, estimulante e tremendamente viciante.


A despedida do Cairo foi dolorosa, mas a viagem ainda não tinha acabado. A adrenalina de continuar invadiu-nos. No dia seguinte, bem cedo, voámos para Assuão.


A segunda parte da viagem, o cruzeiro pelo Nilo e os últimos dias no mar Vermelho, foi publicada aqui.

 

Como chegar How to get there

O Aeroporto Internacional do Cairo recebe voos provenientes de todo o mundo. A Egyptair tem voos diretos desde Madrid, mas nós chegámos via Frankfurt com a Lufthansa. Também as cidades Luxor, Assuão e Hurghada têm aeroporto internacional.


Requisitos de entrada Entry requirements

É obrigatório apresentar um passaporte com validade superior a seis meses. Também é necessário solicitar um visto para entrar no Egipto, custa cerca de 20€ e podem pedi-lo online ou fazê-lo à chegada no aeroporto. https://bit.ly/36Qt5H4

Na altura em que viajámos, junho 2021, era obrigatório apresentar um teste PCR negativo à COVID-19 realizado até 72h antes do último voo direto para o Egipto.


Como se deslocar How to move around

Chegámos ao aeroporto do Cairo às 2h da manhã. Sabíamos de antemão que não teríamos dados móveis e para nos conectarmos ao WiFi do aeroporto precisávamos de um número egípcio, impossível de comprar àquela hora. Então, previamente, contratei um serviço de transfer com a Civitatis. Quando saímos do aeroporto, o Mohamed, o nosso condutor, esperava-nos à entrada com um cartaz. https://bit.ly/3DkQOhx

A melhor maneira de se deslocarem no Cairo e em Alexandria é de Uber ou Careem (o Uber local, mas confesso que nunca experimentámos). Há imensos táxis, os taxistas estavam sempre a chamar-nos e a oferecer um preço negociável, mas como não tínhamos noção das distâncias nem dos valores, usámos sempre Uber. Muito fácil, rápido e barato. Cada viagem custava cerca de 2/3€. Também andámos de metro no Cairo. Foi fácil de usar, muito rápido e tem boa sinalética a indicar as estações. Um bilhete custa 5 EGP.

Para a viagem a Alexandria, optámos pelo comboio, o mais rápido e com os melhores horários. Viajámos em primeira-classe (325 EGP) e no regresso ao Cairo, em segunda (125 EGP). Não há diferenças significativas entre classes, os bancos são mais espaçosos na primeira classe, mas igualmente confortáveis na segunda.


Onde dormir Where to sleep

Pyramisa Suites Casino Cairo há uma vasta oferta de hotéis no Cairo, optámos por este em Gizé. Fica num bairro movimentado e muito perto do rio Nilo. Embora não seja central, permitiu-nos circular a pé ou de Uber. Tem duas piscinas e o pequeno-almoço era variado. https://bit.ly/3it1mBI


Steigenberger Hotel El Tahrir Cairo este hotel de quatro estrelas foi recomendado pela Mirhane, a minha amiga do Cairo. Tem uma excelente localização, ao lado do Museu Egípcio. https://bit.ly/2TlUltM

Onde comer Where to eat

Top Rated (فول مليم) a nossa primeira refeição no Cairo foi uma agradável surpresa. Comida de rua servida em grandes quantidades, com pão egípcio aish baladi e o melhor falafel que comi em toda a viagem. Muito barato. https://bit.ly/3A6clZ3


Revolving Restaurant no 41º andar do Grand Nile Tower Hotel e sobre uma plataforma giratória. Como se a vista de 360º sobre o Cairo não fosse suficiente, o menu de quatro pratos gourmet estava delicioso. Não servem álcool, por isso acompanhámos o jantar com sumos de morango e de laranja natural. https://grandniletower.com/dining-entertainment/ Café Riche muito perto da Praça Tahrir. Por casualidade, almoçámos neste restaurante histórico, muito tradicional, inaugurado em 1908. Nas paredes, há retratos a preto e branco de personalidades famosas que se sentaram nestas mesas, incluído o escritor egípcio nobel da literatura, Naguib Mahfouz. Oferece pratos típicos e servem álcool. Foi aqui que provámos a cerveja local, Sakara Gold. https://www.facebook.com/Cafe-Richeeg-175557732650867/


Abou Basem Bar B.B.Q. este restaurante local foi recomendado pelo vendedor de granizados de fruta do City Market, uma lojinha na mesma rua, onde entrámos para nos refrescarmos. O menu estava todo em árabe e deram-nos um garfo e uma colher de plástico como talheres. A experiência foi compensada pelo sabor incrível da carne grelhada na hora e pelos acompanhamentos a condizer. É perto da universidade Al Azhar e os preços são muito acessíveis. https://bit.ly/2WVmwRV


Bokharest Black Café no bairro Zamalek. O principal motivo para termos elegido este restaurante foi a transmissão do jogo Portugal-França do Euro em ecrãs gigantes. No entanto, comemos muito bem, tem vários pratos de cozinha internacional, mas nós optámos por gastronomia local. Também não servem álcool. https://www.facebook.com/BO5AREST247/


Sapporo Japanese Restaurant no hotel Sheraton. Decidimos fazer uma pausa nos sabores condimentados e picantes do Egipto e optámos por uma refeição de sushi num restaurante com uma estética muito moderna, clean e ao lado do nosso hotel. https://www.facebook.com/sappororestaurantcairo/


Fish Market em Alexandria. Uma vista incrível para o mar Mediterrâneo e peixe fresco grelhado, acompanhado de arroz selvagem e salada. Há poucas coisas que combinem tão bem. https://bit.ly/2WTWVJ4


O que visitar What to visit

No Cairo

A cidade dos mil minaretes é a capital do Egito desde o ano 969. É a maior metrópole do mundo árabe e de África. A população é, aproximadamente, de 16 milhões de habitantes.


Palácio Manial ou Mohamed Ali na ilha Rhoda. Foi construído entre 1903 e 1937 por ordem do príncipe Mohammed Ali Tewfik. Reflete o estilo de vida da realeza egípcia. Tem detalhes arquitetónicos das correntes europeias de Art Nouveau e Rococó, mas também elementos otomanos e persas. Estão abertos ao público para visita a mesquita, a torre do relógio, o museu da caça, a sala do trono e a residência do príncipe. Preço: 125 EGP. Cobram mais 50 EGP por levar câmara fotográfica.


Praça Tahrir ou Praça da Liberdade é a praça principal do Cairo. Foi palco de manifestações políticas, incluindo a da Revolução Egípcia de 2011, que levou à saída do presidente Hosni Mubarak do cargo.


Museu Egípcio contava passar cinco horas dentro do grande Museu Egípcio que me preencheu aulas de Museologia e Museografia na faculdade. Passei duas. Grande parte dos artefactos já tinham sido transferidos para o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia que irá abrir portas em Gizé em 2022, entre eles as Múmias Reais. Inaugurado em 1902, o edifício cor-de-rosa na Praça Tahrir, foi construído propositadamente para acolher os mais sagrados tesouros arqueológicos egípcios e é o mais antigo do Médio Oriente. Nos dois andares há caixas no chão, objetos por identificar e pó nas vitrines. São tantas as relíquias que possui, que se torna tarefa impossível organizar tudo. Os tesouros encontrados no túmulo intacto do jovem faraó Tutankhamon, em 1922, estão expostos numa sala à parte e não é permitido fotografar. A máscara funerária desde jovem faraó é impressionante, estamos diante um objeto com mais de três mil anos, no entanto encontra-se num estado de conservação tão perfeito que diria ter acabado de sair das mãos de um artesão contemporâneo. Aberto até às 17h. Preço: 200 EGP.


Bairro Copta ao transpor as altas muralhas do antigo forte da Babilónia, contruído pelos Persas no século VI a.C., entramos noutra realidade. Ruas limpas, silêncio e organização. Este bairro, predominantemente cristão, hospeda várias igrejas de grande importância histórica, algumas anteriores à ocupação islâmica em 641, como a Igreja de São Jorge e o convento, a Igreja de São Sérgio e São Baco, ou a Igreja Copta Ortodoxa da Virgem Maria, conhecida como The Hanging Church, do séc. III e a Sinagoga Ben Ezra. Foi difícil encontrar a entrada para o bairro porque tivemos de contornar as muralhas. O mais fácil é entrar por uma passagem subterrânea que está perto da estação de metro Mar Girgis.


Bairro Zamalek um bairro cosmopolita na ilha Gezira com galerias de arte, lojas e cafés.


Cidadela de Saladino um conjunto de monumentos ladeados por altas muralhas no cimo de uma colina. Inicialmente foi construída sob a ordem do sultão Saladino entre os anos 1176 e 1183 para proteger a cidade das cruzadas europeias. Preço: 180 EGP


Mesquita Mohamed Ali ou Mesquita de Alabastro dentro da Cidadela de Saladino, foi construída entre os anos 1830 e 1848. Pedimos ao Jamil, um simpático guia que se encontrava à porta da mesquita, que nos assinalasse os detalhes desta incrível construção revestida a alabastro. Nada aqui foi executado ao acaso. Os 52 metros de altura da cúpula representam as 52 semanas de um ano, os 24 raios de sol no teto simbolizam as horas de um dia, os quatro pilares que sustentam a mesquita apelam às quatro estações e as 365 lâmpadas que a iluminam são os dias que compõem um ano. O túmulo do príncipe Mohamed Ali Pasha encontra-se num nicho de mármore e talha dourada. Contornando a mesquita, temos uma vista privilegiada da cidade.


Mesquita de An-Nasir Mohammed composta apenas pelo pátio interior e pelo mihrab a indicar Meca, esta mesquita proporcionou-nos umas das interações mais interessantes que tivemos ao longo da viagem. Conversámos durante 15 minutos com duas raparigas que distribuíam informação gratuita sobre o Islão em diferentes línguas. Serviu para partilhar conhecimentos sobre as três religiões monoteístas, sobre as suas semelhanças e divergências. Trouxemos um Alcorão e uns folhetos sobre o papel da mulher, Jesus e noções básicas do Islão, tudo em português. https://explore-islam.com/


Mesquita de Al Azhar no centro do Cairo, foi construída em 972 e é contínua à universidade com o mesmo nome. A sua arquitetura sofreu várias alterações ao longo dos séculos. O pátio branco e reluzente refletia a luz intensa do sol, criando uma aura especial. Foi a única mesquita onde me pediram para vestir uma túnica de manga e saia comprida e cobrir a cabeça.


Nos arredores do Cairo

Saqqara a necrópole de Memphis, a antiga capital do Egipto. Aqui encontramos das mais antigas estruturas arqueológicas do país, algumas apenas descobertas na segunda metade do século XIX. Visitámos o interior da pirâmide do Faraó Teti. Entrámos em várias Mastabas, construções funerárias soterradas em areia do deserto com pequenas câmaras que pertenciam aos familiares, ministros e generais dos faraós. Mas o mais fascinante é a pirâmide de escadas do faraó Djoser de 2650 a.C., pensa-se que terá sido a primeira tentativa de construção de um túmulo em forma de pirâmide, que depois de aperfeiçoamento levou à construção das pirâmides de Gizé. Para além da sua magnitude visível, no seu interior há câmaras a 40 metros abaixo do solo. Preço: 180 EGP.


Necrópole de Gizé a meia hora do Cairo, encontram-se os monumentos mais famosos do mundo. Ficam muito perto da povoação de Gizé, num planalto, e não no meio do deserto como possa parecer. São três colossais pirâmides pertencentes a uma família de faraós, a de Quéops (a mais antiga, maior e a única maravilha do mundo antíguo que perdura), a de Quéfren e a de Miquerinos, cada uma com três pirâmides mais pequenas à frente, para a mãe, a mulher e irmãs dos faraós. A construção das pirâmides, a preparação do próprio túmulo, era iniciada assim que o faraó subia ao poder.

A Esfinge é uma estátua gigantesca antropomórfica, cabeça humana, corpo leão. Foi construída com o intuito de proteger as pirâmides e aterrorizar quem se aproximasse do local. O nariz foi mutilado no século XIV e parte da barba encontra-se no British Museum, em Londres.

É possível entrar dentro da pirâmide de Quéops, o bilhete é pago à parte, nós optámos por não o fazer, muita gente disse que não valia a pena pois o interior encontra-se vazio. Todas as pirâmides foram pilhadas ao longo dos séculos por caçadores de tesouros e ladrões de túmulos. Contudo, quando voltar ao Egipto é algo que quero fazer.

A construção das pirâmides está envolta num grande mistério, sabe-se que os grandes blocos de granitos chegaram por barco desde Assuão, no sul do Egipto, durante as cheias do Nilo. Usavam técnicas como cunhas de madeira e água para partir as rochas em blocos. No entanto, a precisão com que encaixam, os ângulos perfeitos e a disposição e elevação das pedras ainda hoje é um enigma. Nós alugámos uns camelos e percorremos todo o complexo piramidal acompanhados por um guia. Preço: 200 EGP, só a entrada no complexo.


Em Alexandria

Fundada por Alexandre Magno em 332 a.C. depois de derrotar o império persa, Alexandria foi capital do Egito durante cerca de mil anos e o principal centro cultural do mundo antigo. Perdeu esse estatuto quando foi conquistada pelos muçulmanos. Atualmente, é a segunda cidade mais importante do Egipto.


Biblioteca de Alexandria a mítica biblioteca da antiguidade há muito que foi destruída. Construída no século III a.C., o seu acervo continha 1 milhão de documentos. A nova Biblioteca de Alexandria foi inaugurada em 2002. Aberta até às 17h. https://www.bibalex.org/en/Default


Catacumbas de Kom el-Shuqafa são um dos maiores sítios funerários construídos no final do século I durante a ocupação romana do Egipto. Foram descobertas apenas em 1900. A necrópole consiste de uma série de túmulos subterrâneos, incrustados nas paredes, e de estátuas e objetos usados no culto funerário. Muitos dos elementos decorativos fundiram arte romana e grega com o estilo egípcio. As passagens são labirínticas e não há luz. Preço: 80 EGP.


Coluna de Pompeu uma coluna solitária de 30 metros no cimo de uma colina, pertencia ao templo de Serapeu, um santuário para o culto do deus Serápis, uma divindade greco-egípcia, padroeira de Alexandria.

Fortaleza de Qaitbay situa-se no local onde se encontrava o Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo, que ruiu por completo no século XIV devido a um terramoto. A fortaleza foi mandada construir pelo sultão Al-Ashraf Sayf al-Din Qa’it Bay, em 1477, para proteger o país contra o Império Otomano. É possível visitar o seu interior que oferece uma vista incrível do porto da cidade.


Onde comprar Where to shop

Mercado de Khan al-Khalili o grande bazar egípcio, um souk tipicamente árabe. Ruas estreitas, repletas de pequenas lojas, que vendem um pouco de tudo. O local perfeito para comprar artesanato e souvenirs. Negociar o preço é obrigatório.


مكتبة دار الحديث

uma uma livraria pequenina ao lado da Universidade Al Azhar com encadernações magníficas de livros árabes. Pedi um kitab al teffle, livro de crianças, entenderam-me e, rapidamente, me entregaram uma versão do Alcorão com desenhos coloridos e uma caligrafia simples e legível.

142-148 Nafak Al Azhar Street.


Gift Shop Bazar muito perto do Museu Egípcio, recomendaram-nos esta pequena loja familiar para comprar souvenirs de boa qualidade e longe do burburinho dos mercados. 11 Meret Basha Street.

 

Aqui está o mapa com todos os locais mencionados no post:




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