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Marraquexe, Marrocos

Marraquexe, a cidade imperial do sul de Marrocos, evoca todo o exotismo de África, preserva a glória de um tempo esquecido e sente-se muito próxima.


Fundada no século XI, é um ponto de encontro entre várias etnias e culturas, uma vez que se situa numa encruzilhada geográfica entre o deserto, a cordilheira do Atlas e a costa atlântica.


Há muito que a desejava conhecer e um reencontro de amigas, separadas entre Madrid e Bruxelas, pareceu-me a desculpa perfeita para esta viagem.


Eu cheguei primeiro ao aeroporto de Marraquexe e esperei pela Nicole.


Eram quase três da manhã quando o motorista do transfer estacionou na praça acessível a carros mais próxima do nosso riad. Hussein, o jovem rececionista que nos esperava, guiou-nos por ruas estreitas, labirínticas e desertas àquela hora tardia. Pensei que nunca seríamos capazes de encontrar o hotel sozinhas.


O cansaço venceu-nos e adormecemos imediatamente quando chegámos ao quarto.


Detalhes do riad Mouna; A gata Princess do nosso riad; Vista dos telhados de Marraquexe desde a torre do Le Jardin Secret; O palácio El Badi.


No dia seguinte, com energia reforçada, subimos até ao terraço do riad Mouna. Fomos recebidas com um pequeno-almoço acabado de preparar, partilhámos mesa com outros hóspedes e o Hussein veio cumprimentar-nos.


Rapidamente percebemos que um riad não é um hotel. Estes tradicionais palácios, outrora vedados ao mundo exterior, converteram-se em acolhedoras residências em que a vida se desenrola à volta do pátio interior iluminado por uma claraboia. São um oásis de paz e tranquilidade, que nos protegem do burburinho das ruas, graças às paredes altas sem janelas para o exterior. Os hóspedes são convidados, tratam-nos pelo nome, recebem-nos com chá de menta a qualquer hora do dia e recomendam-nos os melhores sítios para visitar.


Começámos por explorar os monumentos de Marraquexe, debaixo de um céu azul intenso.


O palácio El Badi despertava-me imensa curiosidade. Foi mandado construir por Ahmed El-Mansour com as verbas que Portugal enviou para Marrocos depois da derrota na imprudente batalha de Alcácer-Quibir, em que o nosso rei D. Sebastião desapareceu e, consequentemente, perdemos a independência, na crise de sucessão de 1580. Conhecido na época como "o incomparável", hoje encontra-se em ruínas só permanecendo os muros altos cobertos de buganvílias e as torres que acolhem ninhos de cegonhas.


Seguimos para o palácio da Bahia, "o magnífico". Embora se encontre despojado de mobiliário, os pátios, nichos, salões e jardins realçam o esplendor da arquitetura marroquina.


Nos Túmulos Saadianos reina um silêncio sepulcral. O mármore branco do mausoléu coletivo e das colunas reflete as mil cores dos ladrilhos que cobrem o chão e as paredes.


Buganvílias no palácio El Badi; Salada vegetariana no restaurante La Famille; O restaurante Terrasse des Épices e o seu famoso tagine de cordeiro, passas e cebola caramelizada.


As refeições na cidade surpreenderam. Os almoços à hora de maior calor pediam refúgio nos pátios interiores e saladas frescas bem condimentadas. Para os jantares preferíamos as açoteias dos restaurantes, onde o céu se pintava de rosa e assistíamos ao movimento lento do sol a desaparecer no meio do casario da medina. Às 20.30h em ponto éramos surpreendidas pelo azan vindo dos minaretes das várias mesquitas, que impregnavam o ar com a sua melodia forte e arrastada.


Logo na primeira noite, quisemos provar tagine. Carne, peixe, omelete ou apenas vegetais são servidos num pote de barro com uma tampa em forma de cone. Este famoso prato marroquino é cozinhado nas brasas durante doze horas, geralmente com limão, cebola, alho, salsa e uma subtil mistura de especiarias.


Mesquita da Koutoubia; Praça Jamaa el Fna; A entrada do riad Mouna; Loja de artigos em pele no souk.


No dia seguinte, explorámos um pouco a ville rouge. Como é fácil perdermo-nos pela medina. A antiga cidade amuralhada cativa pela cor vermelho-ocre dos seus edifícios, os tons rosados do deserto.


A praça Jamaa el Fna, presidida pela Mesquita da Koutoubia, é o coração palpitante da cidade. Vive-se o ambiente exótico que os europeus anseiam por inspirar. Há de tudo um pouco: encantadores de serpentes, rapazes com macaquinhos ao ombro, mulheres a tatuar arabescos em hena, vendedores de sumos de laranja recém espremida e barraquinhas de comida. Ao final do dia, marroquinos e curiosos reúnem-se para ouvir música ao vivo, com tambores e krakachs (uma espécie de castanholas metálicas) e alguns homens dançam movendo apenas o pescoço, fazendo girar o pendericalho dos tradicionais chapéus fez.


As ruas que desembocam na praça Jamaa el Fna estão repletas de souks, os caóticos mercados árabes. Por aqui impera uma atividade comercial intensa, há uma ampla gama de fragâncias, cores, cheiros, ritmos e vozes. Cada rua tem a sua especialidade: especiarias e chás, tapetes e almofadas, cestas em palhinha, candeeiros, roupa e cerâmica.


Mas ao longo dos nossos passeios também encontrámos um artesanato renovado, uma mistura de tradição com modernidade. Nas lojas Chabi Chic foi difícil controlarmo-nos, há artigos originais de qualidade com uma sensibilidade contemporânea.


Qualquer oportunidade para falar com os comerciantes em árabe era aproveitada com exímio esforço, que eles apreciavam, sorriam e respondiam com uma desenvoltura impossível de acompanhar. Eu depois justificava-me explicando que estou a estudar o árabe fusha, o clássico e standard, enquanto em Marrocos o dialeto predominante é o darija. Mesmo assim, trocámos algumas frases de apresentação e consegui que, ao regatear por umas chávenas de chá, me fizessem um desconto.


O pátio central da Madrassa Ben Youssef; O acesso às celas da Madrassa; Jardim islâmico do Le Jardin Secret; A piscina do riad Louaya.


A Madrassa Ben Youssef é uma joia da arte marroquina. A antiga escola islâmica está ricamente decorada com zellij, os coloridos mosaicos de cerâmica, mármore branco no solo e madeira de cedro primorosamente gravado e esculpido nos tetos e vigas.


Uma simbiose da arquitetura entre forma e emoção que nos transporta para uma intimidade contemplativa, onde invejamos aqueles alunos que aprendiam e memorizavam os versos do Alcorão rodeados de tamanha beleza.


Visitámos o Le Jardin Secret para nos protegermos do calor que se sentia ao início da tarde. Vagueámos entre plantas e árvores exóticas, ouvindo a água a correr pelos canais de irrigação e sentámo-nos debaixo do coreto central a repor energias. A subida à torre do palácio, debaixo de um sol tórrido, extenuou-nos, mas valeu a pena pela vista panorâmica de Marraquexe e da cordilheira do Atlas no horizonte.


Entrada do Museu Yves Saint Laurent; Jardin Majorelle; O famoso azul Majorelle.

No último dia na cidade decidimos ir ao famoso jardim Majorelle e ao Museu Yves Saint Laurent. Atravessámos a porta das muralhas da medina e caminhámos 20 minutos por avenidas onde circulam automóveis, autocarros, bicicletas, motas, carruagens puxadas por cavalos e mulas que transportavam cargas que superavam largamente as suas forças.

Passeámos sem rumo entre as plantas que o pintor francês Jacques Majorelle trouxe de lugares longínquos com clima semelhante a Marraquexe para que compusessem o jardim que rodeava a sua casa e o seu estúdio de pintura.


Teve também a ousadia de introduzir uma nova cor na paleta de tons rosados de Marraquexe: um azul intenso com o qual pintou as paredes da casa, muros, fontes e canais de água. O sucesso foi tão grande que a cor ficou conhecida como o "azul Majorelle".


"Depuis de nombreuses années, je trouve dans le jardin Majorelle une source inépuisable d'inspiration et j'ai souvent rêvé à ses couleurs qui sont uniques."

Yves Saint Laurent


O designer de moda francês Yves Saint Laurent encontrou um refúgio neste paraíso exótico. Adquiriu a vila Majorelle nos anos 80 e aqui passou largas temporadas. Visitámos o museu dedicado ao designer de moda francês para conhecer melhor o processo criativo por de trás da inspiração que Marraquexe causou nas coleções que apresentava em Paris.


Vista da medina desde o terraço do restaurante Nomad; Rua da medina; A praça das especiarias vista desde o Café de Épices; Pôr-do-sol durante o jantar no restaurante Nomad.

A menos de duas horas de viagem, Marraquexe é tão diferente e o choque cultural enorme. Preserva tradições e costumes imutáveis à passagem do tempo, tem grandes palácios, fortificações, mesquitas adornadas pelo peso da história, mas um lifestyle vibrante e chamativo, uma gastronomia de fusão original e é uma das cidades mais modernas do norte de África. Ao fim de três dias, a desorientação inicial dissipou-se e sentíamo-nos parte integrante da multidão.


Vive-se um ritmo frenético e hipnotizante que não nos dá um momento de calma, por isso ansiávamos por uns dias longe da cidade. Esta viagem a Marrocos também incluiu a visita a Essaouira e um passeio pelo deserto do Sahara.

 

Como chegar | How to get there

O Aeroporto Internacional de Marraquexe recebe voos provenientes de todo o mundo.

A TAP Air Portugal oferece voos regulares para Marraquexe. Podes ver as melhores ofertas aqui.


Requisitos de entrada | Entry requirements

Para os cidadãos portugueses não é necessário visto para entrar em Marrocos, mas é obrigatório apresentar o passaporte válido.

Na altura em que viajámos, maio 2022, era obrigatório apresentar um teste PCR negativo à COVID-19 realizado até 48h antes da chegada a Marrocos e um certificado de vacinação válido no país de origem. Também foi necessário preencher um formulário de saúde. Toda a informação atualizada sobre as medidas contra a COVID-19 estão aqui: www.visitmorocco.com/en/travel-info/covid-19-travel-safely-to-morocco


Como se deslocar | How to move around

Reservámos os transfers de e para o aeroporto diretamente com os nossos riads. Pagámos 25€ à chegada e 15€ quando regressámos. Dentro da medina, caminhámos para todo o lado. Só motas e bicicletas podem circular nas ruas estreitas.


Apanhámos um autocarro urbano dos arredores para a entrada da medida quando chegámos de Essaouira, com o Google Maps foi muito fácil de perceber as estações e paragens.


Onde dormir | Where to sleep

Riad Mouna a 5 minutos a pé da Praça Jamaa el Fna. Ao fundo de uma rua estreita e sem saída, a primeira impressão foi de que nunca seria capaz de encontrar o riad se o rececionista não nos tivesse ido buscar ao transfer, que parou no sítio mais próximo acessível para os carros. Muito acolhedor e tradicional, o nosso quarto era espaçoso e confortável. No terraço onde serviam o pequeno-almoço, havia uma pequena piscina. bit.ly/3xLuxJ0


Riad Louaya na ponta oeste da medina. Um dos pátios interiores tem árvores que dão vida e frescura ao riad. O outro pátio tem uma pequena piscina com mosaicos, ideal para nos refrescarmos nas horas de maior calor. bit.ly/3Qi2Nmq Onde comer | Where to eat

La Famille um restaurante no centro da medina, a entrada estreita revela um amplio pátio ao ar livre que acolhe um restaurante vegetariano com saladas frescas e sobremesas de sonho. Convém reservar. www.lafamillemarrakech.com/la-famille-1


Terrasse des Épices um restaurante glamoroso num terraço com vistas para a cidade. Bom ambiente e pratos marroquinos confecionados com técnicas locais e internacionais. Provámos o tagine de cordeiro com cuscuz e estava delicioso. De sobremesa não resistimos e partilhámos um gelado de baunilha servido numa tarte de merengue e frutos vermelhos. www.terrassedesepices.com/


Le Jardin um restaurante com vários andares com vistas para o pátio interior que parece um jardim exótico. Servem pratos marroquinos ou cuisine europeia, é ótimo lugar para almoçar e descansar da confusão dos souks. Provem as briouates de queijo feta. Não servem álcool. lejardinmarrakech.com/


Nomad no coração da medina, este restaurante seduz tanto pelo cardápio quanto pela vista deslumbrante sobre os telhados de Marraquexe. Pratos saborosos e sumos naturais acompanham o melhor pôr-do-sol da cidade. Não servem álcool. Reservem no terraço. nomadmarrakech.com


Riad Monceau ao lado do nosso alojamento, este riad tinha um concerto de jazz ao vivo. Foi aqui que provámos a cerveja local, a Casablanca. www.riad-monceau.com/


Les Jardins Du Lotus o pátio de um riad do século XIX é o palco para uma experiência única em Marraquexe, com DJ, piscina e um ambiente elegante e luxuoso. Perfeito para um jantar que se prolonga pela noite fora. www.instagram.com/lesjardinsdulotus/


Café des Épices para a nossa última refeição em Marraquexe escolhemos este restaurante de dois andares com terraço com vista para a praça das especiarias. Pedimos húmus com harissa (uma mistura de temperos), eu comi tagine de frango com limão em conserva e azeitonas e a Nicole uma omelete berbere, também servida num pote de barro de tagine. Não servem álcool. cafedesepices.ma/


O que visitar | What to visit

Praça Jamaa el Fna recebeu a classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, é o coração da medina e símbolo da cidade desde a sua fundação no século XI. Cheia de movimento, cores e ambiente, transforma-se ao final do dia quando se enche de barraquinhas de comida e a multidão se reúne.


Mesquita da Koutoubia é a mesquita mais importante de Marraquexe e umas das maiores do mundo árabe. Foi construída em 1150 e o seu minarete com 77 metros de altura é inconfundível e domina a paisagem. Koutoubia deriva da palavra árabe libro, kitab, ao seu redor existia uma biblioteca e várias bancas com manuscritos. Não está permitida a visita a não muçulmanos.


Palácio da Bahia apelidado "o magnífico", foi construído entre 1894 e 1900 para o vizir Ba Ahmed Bem Moussa. Aqui conviviam as suas 4 esposas, 24 concubinas e vários filhos. Aberto até às 17h. Preço: 70 DHM.


Palácio El Badi foi mandado construir no final do século XVI pelo sultão Ahmed al-Mansour para celebrar a vitória marroquina sobre os portugueses na Batalha de Alcácer-Quibir. Conhecido como "o incomparável", hoje encontra-se em ruínas e as suas salas são ocupadas com exposições temporárias de fotografia, pintura e caligrafia. Aberto até às 17h. Preço: 70 DHM.


Túmulos Saadianos ao lado da mesquita Moulay El Yazid, este complexo funerário data do século XVI, mas só foi descoberto em 1917. Aqui encontram-se os restos mortais dos membros da dinastia Saadí. O mais impressionante é a sala com doce colunas em mármore branco, ricamente decorada. Aberto até às 15h. Preço: 70 DHM.


Bab Agnaou uma das portas da muralha que dá acesso à medina e que conserva a sua arquitetura original.


Madraça Ben Youssef esta escola de estudos islâmicos foi terminada em 1565. No seu apogeu, 800 alunos memorizavam o Alcorão nas 132 celas austeras. O pátio central impressiona pelos detalhes arquitetónicos: as paredes estão cobertas por painéis de mosaicos com motivos geométricos, florais e caligrafia árabe, há colunas em mármore e arcos rendilhados, um tanque de água cristalina com dois jatos de bronze transmite calma e tranquilidade ao lugar. O mihrab da sala de oração também está ornamentado com detalhes deslumbrantes. Aberta até às 18h. Preço: 50 DHM.


Le Jardin Secret o sultão saadino Moulay 'Abd-Allah mandou construir um riad no século XVI, contudo foi totalmente destruído. Um novo palácio foi erguido no século XIX, respeitando a disposição saadina, e hospedou os mais altos representantes políticos de Marrocos. Foi alvo de uma cuidada restauração que durou oito anos e finalmente abriu ao público em 2016. O mais impressionante são os jardins: um jardim exótico com plantas e árvores de cinco continentes e um tradicional jardim islâmico, dividido em quatro quadrantes, com uma pequena fonte central. Da torre temos uma vista sobre a cidade e as montanhas do Atlas. Aberto até às 19.30h. Preço: 80 DHM; visita à torre: 40 DHM. www.lejardinsecretmarrakech.com/en/


Maison de la Photographie de Marrakech com um acervo de mais de 10 000 cativantes fotografias de Marrocos desde o século XIX até aos dias de hoje, esta galeria surpreendeu, é um dos locais ideais para imergir na cultura marroquina. Aberta até às 19h. Preço: 50 DHM. maisondelaphotographie.ma/?lang=en


Jardin Majorelle esta propriedade foi adquirida pelo pintor francês Jacques Majorelle em 1922, construiu aqui a sua residência e estúdio em estilo mourisco. Pintou as paredes e os canais de água com um azul-cobalto, conhecido como "azul majorelle", que contrasta na perfeição com a vegetação exótica, árvores, flores e catos que compõem o jardim. Aberto até às 18h. Preço: 120 DHM. www.jardinmajorelle.com/en/


Museu Berbere inaugurado em 2011 no antigo estúdio de pintura de Jacques Majorelle, contém mais de 600 artefactos oferece um panorama das tribos indígenas do Norte de África. Pode ser incluído na visita ao Jardim Majorelle. Aberto até às 18h. Preço combinado: 150 DHM.


Museu Yves Saint Laurent inaugurado em 2017, contém parte da coleção da Fondation Pierre Bergé-Yves Saint Laurent. Mais do que uma retrospetiva das obras do designer francês, este museu apresenta como Marraquexe o inspirou nas suas criações. No auditório passam filmes e documentários sobre Yves Saint Laurent. Aberto até às 18h. Fecha às quartas-feiras. Preço: 100 DHM. Bilhete combinado com o Jardim Majorelle e o Museu Berbere: 220 DHM. www.museeyslmarrakech.com/en/


Onde comprar | Where to shop

Chabi Chic decoração artesanal com um toque de modernidade. Os preços não são tão acessíveis como nos souks, mas os artigos de linhas simples deixam qualquer amante de decoração completamente rendido. Há várias lojas por Marraquexe. www.chabi-chic.com/en/?locale=fr


Max & Jan uma concept store com vários espaços de roupa, acessórios, decoração, um restaurante e uma pequena esplanada no meio da medina. www.instagram.com/maxandjan/


 

Aqui está o mapa com todos os locais mencionados no post:



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