top of page
Foto do escritorAriana Veloso da Fonseca

Krabi, Koh Lanta e Koh Phi Phi, Tailândia

A Tailândia é um país rico em contrastes culturais e paisagísticos. Da capital cosmopolita e dos mil campos de arroz do norte viajámos até às ilhas paradisíacas do Mar de Andamão.


São tudo o que tínhamos em mente: praias de água cálida e turquesa, palmeiras carregadas de cocos, flores tropicais, animais selvagens e um ritmo de vida que se aproxima da verdadeira felicidade.


Às oito da manhã, o aeroporto de Krabi já estava em alvoroço. Fomos prontamente abordadas por uma rapariga despachada que nos indicou uma carrinha com outros viajantes, preço fechado até ao nosso hotel, não importa a distância. Nesta zona da Tailândia, muito turística, está tudo pensado, calculado e não há tempo a perder.


Placa a alertar que estamos numa zona de risco de tsunami em Krabi; Os tradicionais longtail boats; A paisagem durante a viagem de barco; A praia Railay.


Depois do check-in e um mergulho na piscina infinita no último andar do hotel, caminhámos até ao porto onde nos esperava um longtail boat. Estes barcos tradicionais de madeira a motor são agilmente guiados nas águas turquesa por condutores descalços de pele queimada pelo sol.


Durante o percurso de quinze minutos até à praia Railay ficámos hipnotizadas pela paisagem. A costa é dramática, abrupta e espetacular, um golpe da natureza que te atinge sem estares à espera. Ilhotes vertiginosos e rochas impressionantes emergem das profundezas do mar com escarpas angulosas verde-esmeralda como se de uma joia recém polida se tratassem.


O paraíso prometido era uma baía onde só se chega de barco, isolada e encantadora.


Nunca vimos as cores saturadas dos postais e fotografias do Pinterest, no céu havia sempre umas nuvens diluídas que encobriam o sol. Mas o dia foi perfeito entre mergulhos em água quente, sestas debaixo de palmeiras e passeios à beira-mar.


A caminho de Koh Lanta; As casas do hotel Long Beach Chalet; A piscina do hotel; Crianças brincam depois de uma tempestade.


O golfo da Tailândia tem mais de 40 ilhas, decidir quais visitar em cinco dias não foi fácil. Querendo sair do óbvio e fugir à massificação turística, evitámos Phuket e fomos a Koh Lanta.


Ansiávamos por uma ilha mais tranquila, com paisagens arrebatadoras e experiências autênticas. Demorámos aproximadamente quatro horas e apanhámos 3 transportes. No entanto, é sabido que uma viagem atribulada supõe um destino maravilhoso. E assim foi.


O nosso hotel ficava no meio de uma floresta junto ao mar, as várias casas que o componham distribuíam-se pela vegetação, respeitando o ambiente envolvente.


Com o céu encoberto de nuvens, optámos por passar a tarde na piscina e dar uma caminhada pelo litoral. Não se ouvia nada para além das ondas a rebentar na areia, talvez algum pássaro a piar ao longe, a água na pequena cascata da piscina ou as folhas das árvores roçando quando uma brisa ligeira as abraçava.


O barco da pesca na praia Kantiang Bay; O Chad, o dono do Joker Bar; Macacos bebés passeiam pelos cabos elétricos; Uma família no mercado local.

O sol brilhava na seguinte manhã. Para explorar a ilha foi imprescindível alugar uma mota. Fizemos várias paragens em miradouros com vistas arrebatadoras de enseadas rodeadas por densa vegetação. Famílias de macacos atravessavam a estrada, indiferentes ao escasso trânsito.


Nas praias, praticamente desertas, a água é de um turquesa intenso e a areia é fina e de um branco deslumbrante.


Ao final da tarde caiu uma tormenta tropical e abrigámo-nos no mercado local. As pessoas, embora habituadas a turistas, tratam-nos com uma simpatia incomparável. Rapidamente aprendemos a forma de saudação mais comum, o wâi, que consiste em juntar as mãos em oração, acenar e cumprimentar com um sawadee kha, "olá" em tailandês.


As noites na ilha foram passadas no Joker Bar. O Chad, um simpático tailandês orgulhoso do seu farto bigode, acolheu-nos de imediato. Jogámos jenga com blocos de madeira enormes e pintámos a palavra "egitanienses" nas paredes. Desafio-vos a encontrarem-na, quando lá forem.


Placa a indicar a direção da cidade de Phi Phi Don; A caminho da Long Beach; A vista do Miradouro 2; Espetáculo de fogo no Slinky Bar.


No dia seguinte, viajámos novamente. A Phi Phi Don é a principal ilha de um pequeno arquipélago de quatro, tem duas colinas nos extremos e a parte central, totalmente plana é composta por duas praias semicirculares, separadas por 200 metros onde vive a maior parte da população. Os carros são praticamente inexistentes.


Esta zona da Tailândia foi brutalmente afetada pelo tsunami de dezembro de 2004 e quase todas as infraestruturas foram destruídas. Passados quase 20 anos, a ilha recuperou e prosperou graças à popularidade turística.


Caminhámos até à Long Beach, uma praia mais recôndita e de infinita beleza. Estávamos dentro do mar de água cristalina e tépida quando começou a chover. Recolhemos rapidamente os nosso pertences e abrigámo-nos debaixo das densas árvores que rodeavam a baía.


Falaram-nos num famoso miradouro de paragem obrigatória. Aventurámo-nos numa caminhada pelo meio da selva, saltando raízes de árvores e subindo socalcos de lama. Rapidamente abandonámos o Google Maps e limitámo-nos a seguir o caminho de terra batida. Uma hora e meia depois, arrastando os pés e a alma, chegámos ao ansiado miradouro.


Uma vez superado o cansaço, o drama, o medo e os risos, começámos a disfrutar da paisagem onírica. As nuvens afastaram-se deixando um leve arco-íris a rasgar a baía.


Viewpoint 2, Phi Phi Don, Thailand

Phi Phi Don.


Contratámos um passeio de longtail boat e fomos conhecer as restantes ilhas Phi Phi com o capitão Mig.

Passámos pela Viking Cave e fizemos snorkeling na lagoa Pi-Lah. A água de um azul indescritível, quase irreal, reflete os ténues raios de sol e peixes brilhantes vagueiam entre corais coloridos.


Phi Phi Leh era um paraíso virgem, mas tudo mudou quando em 2003 se filmou The Beach, com um jovem Leonardo DiCaprio a descobrir na Maya Bay um estilo de vida utópico.


As consequências negativas do turismo massificado foram tão severas que o governo da Tailândia decretou o encerramento da baía em 2018 e implementou um programa de regeneração do recife de coral.


Abriu novamente ao público em 2022 com algumas restrições para evitar aglomerações e minimizar o impacto ambiental. As embarcações estão proibidas de se aproximarem dos corais, limitou-se o número de turistas diários e cobra-se uma taxa de 400 BTH por pessoa.


Contudo, contornando a baía viam-se dezenas de barcos atracados e uma fila de pessoas à espera para entrar na praia e tirar uma foto. Decidimos não parar e seguir viagem.


Na ilha Bamboo, sem infraestruturas turísticas, a vida marinha domina o entorno. Búzios, caranguejos e alguns répteis circulavam pela areia branca e fina das praias, despreocupados com a nossa presença.


Viking Cave; Baía dos Macacos; A lagoa Pi-Lah; Capitão de um longtail boat.


Estes dias de praia, mar e descanso não foram suficientes para virar rotina. Contudo, custou muito regressar da excitação contante e da sonolência profunda que esta viagem nos habituou.


É fácil entender porque é que a Tailândia cativa viajantes de todo o mundo. É um país rico em paisagens arrebatadoras de praias, montanhas, campos verdejantes, cidades com arranha-céus, mas também atrai pela cultura, religião, gastronomia e, sobretudo, pelas pessoas.


É uma provocação irresistível para regressar e continuar a explorar este canto do mundo.


Previamente, estivemos em Bangkok e em Chiang Mai, podem ler os roteiros aqui.

 

Como chegar How to get there

Tivemos de lidar com a frustração de não conseguir planear tudo desde o conforto das nossas casas. Apenas reservámos os voos internos com antecedência. Os outros transportes foram reservados ou no próprio dia ou no dia anterior, sempre com algum regateio.

Apanhámos o voo da Air Asia às 6.30h de Chiang Mai para Krabi, a viagem dura duas horas.

De Krabi fomos num longtail boat, os barcos tradicionais de madeira, até Railay Beach. No dia seguinte, fomos de carrinha e ferry até Koh Lanta, a viagem durou 4h.

De Koh Lanta fomos de barco até à Koh Phi Phi Don. Das Phi Phi para Phuket fomos numa lancha rápida.

De Phuket voámos para Bangkok com a Thai Vietjet Air, a viagem dura aproximadamente uma hora e meia.

Como se deslocar How to move around

Em Koh Lanta alugámos umas scooters para explorar a ilha, nas restantes andámos sempre a pé.

Onde dormir Where to sleep

BlueSotel SMART Krabi Aonang Beach em Krabi. Um hotel moderno com um staff atencioso. O pequeno-almoço foi o mais completo da viagem. Chegámos antes que o quarto estivesse pronto por isso aproveitámos a piscina infinita no último andar. bit.ly/3Zyc5hO


Long Beach Chalet em Koh Lanta. Este hotel paradisíaco à beira da praia é composto por pequenas casas perdidas em labirintos de vegetação tropical. bit.ly/3nEUBmA


Chao Koh Phi Phi Hotel com uma localização excelente numa das principais ruas da ilha. O pequeno-almoço era servido à beira-mar com os pés na areia. bit.ly/3znk1rx


Onde comer Where to eat

Railay Beach há vários restaurantes na única rua de acesso à praia. Escolhemos um com refeições ligeiras, com wraps, saladas e batidos de fruta.


Mays kitchen em Koh Lanta. Um restaurante familiar à beira da estrada. Pedimos arroz frito e lulas grelhadas com batatas e salada.


Tamarind Cuisine em Koh Lanta. O mobiliário do restaurante é todo em madeira e o chão de terra batida. Pedimos pad thai, camarão, Spring rolls e peixe frito. Os pratos eram servidos sob folhas de bananeira. Insetos e pequenos roedores passeavam pelas paredes.


Why not Bar em Koh Lanta. Quando existe um cartaz à entrada a dizer “shoes are optional” sabes que estás no sítio certo. O restaurante fica na primeira linha da praia e tem vistas ímpares sobre o mar.


LYM’s bar & restaurant no hotel Long Beach Chalet em Koh Lanta. Depois de um dia agitado e com alguns percalços, jantar no hotel pareceu-nos a opção mais cómoda. O som das ondas e o cheiro a mar abriu-nos o apetite.


Garlic 1992 em Phi Phi Don. É conhecido por servir rötis, as típicas batatas gratinadas suíças. Também pedimos peixe, mas era frito.


Pirates House em Phi Phi Don. Com um menu muito extenso com pratos tailandeses, indianos e ocidentais. Ambiente descontraído e festivo.


Anna’s em Phi Phi Don. Para o último jantar das férias fomos a um dos melhores restaurantes da ilha. Com ambiente muito acolhedor, pedimos pratos tracionais tailandeses para nos despedirmos e estavam deliciosos. Temos de nos descalçar à entrada.


O que visitar What to visit

Em Krabi

Railay Beach a praia idílica onde só se chega de barco. Está rodeada por falésias surreais. Passámos aqui um dia completo.


Em Koh Lanta

Lanta Old Town a capital da ilha. Infelizmente não conseguimos ir visitar esta pequena povoação de pescadores com casinhas tradicionais e pitorescas. É um sinal de que temos de regressar.


Kantiang Bay uma praia praticamente deserta, mas de fácil acesso.


Mu Koh Lanta National Park no extremo sul, encontra-se o parque nacional da ilha, ideal para fazer caminhadas no meio da selva.


Nas Koh Phi Phi

Viewpoints 1, 2 and 3 há três miradouros na Koh Phi Phi Don. Disseram-nos que o dois era o mais espetacular, demorámos 1.30h a lá chegar embrenhadas na selva. Há caminho de acesso desde a vila, muito mais fácil e rápido, passando pelo miradouro um.


Phi Phi Rimlay Travel contratámos o serviço de um dia (6 horas) num longtail boat com um capitão local para visitar as outras ilhas Phi Phi e fazer snorkeling. O capitão Mig foi um excelente guia. Negociámos o preço. Contato: +66817286887. Preço: 3.000 BHT.


Caverna viking na Koh Phi Phi Leh. Passámos de barco por esta caverna de formas assustadoras.


Baía Maya a mais famosa praia da Tailândia devido ao filme The Beach. Passámos ao longe, vimos as filas de barcos e gente que se acumulava para entrar e decidimos não parar. Preço: 400 BTH.


Baía dos Macacos o nosso barco parou ao lado de tantos outros nesta baía minúscula. De telemóvel e câmara na mão, dezenas de turistas aproximavam-se despreocupadamente dos macacos que surgiam das árvores e detrás das rochas, curiosos com os invasores.


Ilha Bamboo levámos merenda e fizemos um picnic nesta ilha minúscula. Não há muito para explorar, aproveitámos para fazer snorkeling e apanhar sol. Preço: 400 BHT.

Onde sair Where to go out

Smile Bar em Krabi. Numa zona de bares com música muito alta, passámos a noite neste a jogar quatro em linha.


Joker Bar em Koh Lanta. Um bar com milhares de inscrições nas paredes das pessoas que passaram por aqui. Jogámos jenga com peças de madeira gigantes e ficámos viciadas. O Chad, o dono, tornou-se num amigo. www.instagram.com/jokerbar_lantaisland/


Backpacker Bar em Phi Phi Don. Com pinturas em cores néon pelas paredes, música comercial e reggaeton e várias mesas de beer pong. www.facebook.com/phiphibackpackerbar/


Reggae Bar em Phi Phi Don. Foi neste bar que vimos um combate de Muay Thai ao vivo. Profissionais ou entusiastas são desafiados para um combate no ringue. É obrigatório consumir uma bebida. www.instagram.com/reggaebarphiphiisland/


Slinky Bar em Phi Phi Don. Um bar na praia com espetáculos de fogo diários. www.instagram.com/slinkybeachbar/

 

Aqui está o mapa com todos os locais mencionados no post:




Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page