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Bangkok, Tailândia

O entusiamo que precedia esta viagem não era comedido, a curiosidade e o nervosismo superavam o de qualquer outra ocasião: era a primeira vez que viajávamos para a Ásia.


Sustentada por um enorme legado histórico, mas convertida num atrativo destino turístico nos últimos anos, a Tailândia pareceu-nos o país ideal para começarmos a explorar este continente.


Com uma boa dose de espírito aventureiro, mente aberta e mochilas 50 quilos às costas, fomos quatro amigas conhecer o “país dos sorrisos” durante quinze dias, no final de setembro.


Lemos muita informação, consultámos blogs, revistas, livros, embrenhámo-nos em conversas com amigos e conhecidos, mas nada nos preparou para o choque cultural com que embatemos mal chegámos a Bangkok.


A capital da Tailândia é excessiva, cosmopolita, moderna e, em simultâneo, o inverso, é autêntica, tradicional e acolhedora.


A viagem teria valido a pena só por calcorrear as sois, as ruas estreitas perpendiculares às grandes avenidas, e observar a fascinante exuberância do quotidiano. No entanto, a "cidade dos anjos", fundada em 1782 pelo rei Rama I, tem muitos locais de paragem obrigatória.


Altar no Grande Palácio Real; Detalhe do templo Wat Phra Kaew; Templo Wat Arun; Detalhe em cerâmica no Wat Arun.


O primeiro dia amanheceu com 90% de humidade na atmosfera e 90% probabilidade de chuva, mas, devidamente equipadas com as nossas parcas impermeáveis, saímos do hotel determinadas a explorar a cidade.


Embora dez milhões de habitantes circulem por Bangkok, os templos budistas outorgam pequenos lapsos de paz e tranquilidade da vida frenética das ruas.


Os templos diferem completamente da estética europeia. Aqui as figuras geométricas são coloridas, com mil camadas de escamas brilhantes, e as divindades pousam divertidas e acrobáticas.


Visitámos o Wat Phra Kaew, situado no Grande Palácio Real, com uma sublime estátua do Buda verde-esmeralda. Seguimos para o Wat Pho, com uma colossal escultura dourada do Buda reclinado no momento que antecede a sua morte. Para finalizar, cruzámos o rio Chao Phraya num ferry acompanhadas por um grupo de crianças de uniforme e monges envoltos em vestes laranja, para visitar o Wat Arun, o templo do amanhecer, na outra margem.


Completamente leigas aos costumes budistas, aprendemos imitando as figuras dos cartazes como nos deviríamos comportar dentro destes templos religiosos. Não são museus em que se pode simplesmente entrar e tirar fotografias, são locais de culto visitados por dezenas de pessoas. Resumindo, é necessário usar roupa que cubra os ombros e os joelhos, descalçar os sapatos à entrada, baixar-se para não estar mais alto que a escultura do Buda e nunca apontar os pés à imagem, sentar-se sempre com as pernas cruzadas ou de joelhos, em sinal de respeito.


Buda reclinado no Wat Pho; Chinatown; Silom Road.

Após o almoço fomos à Chinatown, o bairro que alberga a maior comunidade chinesa da Tailândia.


Luzes garrafais em néon com caracteres chineses pendiam dos edifícios, os carros buzinavam incessantemente tentado furar a enorme multidão que se aglomerava nas barraquinhas de comida à beira da estrada. Testemunhámos uma cultura que se desenrola na rua e vive a mil à hora.


Resistimos à tentação de provar algumas das iguarias expostas, com cores e formas estranhíssimas. Guardámos o apetite para o jantar com a Jib, uma tailandesa amiga de amigos que fala português perfeito e que nos ajudou a decifrar as maravilhas gastronómicas da cozinha tailandesa num restaurante escondido numa soi calma, o Harmonique.


Depois de jantar, abandonámos os bairros históricos para nos deixarmos surpreender pela modernidade audaz livre de complexos da cidade que nunca dorme. A noite de Bangkok é célebre pela liberdade, pela imensidão e pelo caos.


Atravessámos a Silom Road guiadas pela Jib e assistimos a alguns dos shows mais famosos da Tailândia, nem sempre pelas melhores razões.


Vendedoras de fruta no mercado flutuante Damnoen Saduak; O mercado de rua na estação de comboios de Maeklong Railway.


O dia seguinte amanheceu cinzento, contudo não nos demoveu de cumprir o plano traçado. Íamos conhecer uma das atrações mais populares de Bangkok, os mercados flutuantes.


A 100 km da capital, encontra-se o Damnoen Saduak, onde os produtos frescos, cultivados nas hortas dos arredores, são exibidos em pequenos barcos de madeira que navegam por um labirinto aquático.


Os comerciantes têm a brilhante habilidade de fazer múltiplas coisas ao mesmo tempo: remam com exímia destreza, enquanto descascam fruta e a apregoam aos turistas boquiabertos, negoceiam afincadamente os preços e ainda sorriem.


Aqui provámos pitaia, ou dragon fruit, pela primeira vez. Este fruto cor-de-rosa fúcsia passou a ser recorrente nas nossas refeições.


Como dispensámos o nosso motorista do Grab, deparámo-nos com o desafio de descobrir que transporte nos levaria para o segundo mercado do dia, na estação de comboios Maeklong. Esperámos que um condutor de tuk tuk acabasse de almoçar e, após algum regateio, aceitou levar-nos.


Este segundo mercado situa-se literalmente ao longo da linha do comboio. Centenas de bancas improvisadas expõem fruta, legumes, peixe, artesanato, chás e especiarias. Quando a locomotiva se aproxima, recolhe-se tudo apressadamente. Esta azáfama é tão caricata que se tornou numa verdadeira atração turística, suplantando o simples mercado onde os locais se abastecem.


O regresso a Bangkok foi atribulado, andámos à procura de táxi, Grab ou comboio, até que uma carrinha partilhada com tailandeses nos levou de regresso à capital.


A vista do rooftop Vertigo and Moon Bar.


Para contrastar, fomos conhecer o bairro financeiro, na ponta oposta da cidade, com arranha-céus, centros comerciais futuristas, jovens vestidos de fato e gravata e raparigas de salto alto.


Entrámos no luxuoso hotel Banyan Tree de cinco estrelas a medo, o nosso ar de turista backpacker não enganava ninguém. No entanto, fomos muito bem recebidas e imediatamente conduzidas ao rooftop Vertigo and Moon Bar. Não chegámos a tempo do pôr-do-sol, mas a vista de Bangkok à noite é igualmente impressionante, milhares de luzes brilhavam num horizonte infinito.


Os dias em Bangkok foram preenchidos e dinâmicos, não tivemos tempo para descansar nem processar o que acabávamos de presenciar. Esta urbe asiática estimula-nos a viver com uma intensidade sôfrega e não queremos abrandar.


Seguimos viagem para Ayutthaya e Chiang Mai, terminando com uma semana nas ilhas paradisíacas Krabi, Koh Lanta e Koh Phi Phi.

 

Como chegar How to get there

Voámos a partir de Madrid na companhia Catar Airways, com escala em Doha. Os voos foram longos e as escalas não foram ideais, mas voar com a melhor companhia aérea do mundo, valeu pela experiência.

Como se deslocar How to move around

Bangkok é gigante e o trânsito um pesadelo, poupar tempo nas deslocações é imprescindível.

A aplicação Grab foi a nossa maior aliada, é muito semelhante ao Uber. Podíamos chamar um táxi ou um carro privado e reservar o serviço na hora ou para outro horário. Pagávamos em dinheiro o valor estipulado pela App.

Também recorremos ao BTS, um elétrico à superfície, e o metro à hora de ponta. Foi muito fácil, rápido, barato e as conexões são ótimas.

Onde dormir Where to sleep

Peace Land Khaosan escolhemos este hotel perto da movimentada Khao San Road e dos principais templos da cidade. A localização é excelente, o pequeno-almoço muito bom e os funcionários muito atenciosos. bit.ly/3FSkrud


Onde comer Where to eat

SO Samsen (Madame Musur Samsen 2) na nossa primeira noite fomos jantar a este simpático restaurante a cinco minutos do nosso hotel. Pedimos vários pratos diferentes para partilhar, também provámos quatro cervejas locais e a escolha pela favorita foi unanime: a Singha acompanhou-nos durante todas as férias.


Pad Thai Kratong Thong muito perto da estação do ferry que nos levou até ao Wat Arun. Cometemos o erro de pedir a famosa sopa Tom Yum com camarão, especialidade da casa, tranquilizadas pelo empregado de mesa que a descreveu como "apenas" um bocadinho picante, foi quase impossível comê-la. Para beber pedimos o Thai iced tea e o butterfly peas com limão, ambos demasiado doces.


Harmonique fomos jantar com a Jib a este lugar tão especial, escondido, daqueles que só os locais conhecem. Pedimos vários pratos, todos deliciosos. Os favoritos foram o frango em leite de côco, o frango com cajus e os spring rolls. www.facebook.com/harmoniqueth/


Jok Pochana muito perto do nosso hotel, optámos pela esplanada deste restaurante, cozinhavam na rua à vista de todos. Tudo muito autêntico e delicioso. www.instagram.com/jokephochana_th/


O que visitar What to visit

Grande Palácio Real um enorme complexo com edifícios majestosos. Foi a residência oficial dos reis de Tailândia desde o século XVIII até ao século XX. É proibido usar tops de alças e calções/saias curtos. Aberto até às 18.30h. Preço: 500 BHT.


Wat Phra Kaew o complexo religioso dentro do recinto do Grande Palácio. É considerado o templo mais sagrado da Tailândia, centenas de pessoas dirigem-se aqui para prestar culto à pequena figura do Buda em jade.


Wat Pho é o templo budista mais antigo da cidade, foi construído especialmente para acolher uma estátua gigante do Buda reclinado. Tem 46 metros de comprimento e 15 de altura e encontra-se na posição Sihasaiyas, deitado como um leão. É a maior estátua do Buda nesta posição em Bangkok e a terceira maior na Tailândia. Os pés do Buda têm inscrições de 108 sinais auspiciosos com incrustações de madre pérola. Aberto até às 18.30h. Preço: 200 BHT.


Wat Arun Ratchawararam na outra margem do rio Chao Phraya. Para lá chegar, apanhámos um ferry, custa 5 BHT e está sempre a circular, a viagem dura 10 minutos. Com uma estética muito bonita, colorida e rendilhada, o templo da aurora tem mais de 300 anos de história. No prang, o pináculo com 80 metros, encontram-se as relíquias do Buda. As peças de porcelana foram adicionadas no século XIX. Aberto até às 17.30h. Preço: 100 BHT.


Chinatown há mais de 800 anos, comerciantes chineses instalaram-se na Tailândia. Este bairro hiperativo está repleto de postos de comida de rua onde carros, tuk tuks e pessoas se cruzam de forma embrenhada.


Wat Traimit na Chinatown, alberga a maior escultura de ouro maciço do mundo. A escultura do Buda revestida a gesso foi trasladada para a capital vinda das ruínas da cidade de Ayutthaya, desconhecendo-se o seu real valor. Apenas em 1955, quando a estátua caiu ao chão por acidente e o gesso se partiu, foi revelado o verdadeiro material de que era feita. Aberto até às 17h.


Onde sair Where to go out

Khao San Road uma das ruas mais famosas de animação noturna, há bancas de rua a vender tarântulas, escaravelhos, escorpiões e carne de crocodilo, lojas de tatuagens abertas toda a noite, postos de erva e bares onde a música está no volume máximo.


Silom Road e a soi Patpong outra zona muito famosa pela vida noturna com bares LGTB.

No The Stranger Bar assistimos a um show de Drag Queens. www.instagram.com/thestrangerbarbkk/


Vertigo and Moon Bar este rooftop fica no 60º andar do hotel Tree. A vista de 360º da cidade é imbatível. É ideal para ver o pôr-do-sol enquanto se bebe um cocktail. www.banyantree.com/thailand/bangkok/dining/vertigo

Onde comprar Where to shop

Mercado Damnoen Saduak um dos mercados flutuantes mais típicos. Os vendedores ambulantes circulam em pequenas embarcações pelos canais do rio. Vende-se um pouco de tudo e nas margens há lojas com souvenirs típicos e restaurantes. Como se situa-se na periferia da cidade, fomos de Grab e aconselho pedir ao condutor para ficar à espera para vos levar de regresso a Bangkok ou ao seguinte mercado.


Mercado Maeklong Railway a 80 km de Bangkok, este mercado de produtos frescos, chás e especiarias localiza-se na borda de uma linha de comboio ativa.

 

Aqui está o mapa com todos os locais mencionados no post:




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